Coluna: O diretor da escola de la la land…

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7 Maio 2014

Nossa escola é “dirigida” há quase três anos por uma diretora que viveu confortavelmente no século XVII desde tempos imemoriais.

Fiel leitor, não pense imediatamente na mentalidade VOC, Rembrandt e Antonie van Leeuwenhoek, mas sim em desaprovar a ideia de bactérias como patógenos, rindo da suposição de que a praga vem de ratos e acenando sarcástico com a sugestão de que a terra pode girar em torno do sol...

Nas últimas semanas, tenho trabalhado duro em uma peça teatral com cinco alunos do Clube de Teatro. Depois de três semanas, havia um roteiro e os muitos ensaios levaram a atuações aceitáveis.

Especialmente Tientip, que viaja para os EUA na próxima semana para um projeto de intercâmbio de dez meses, interpretou as estrelas do céu como Britney, “a amiga do inferno”.

O roteiro, escrito pelos alunos, tratava das vicissitudes da adolescência, dores do crescimento, materialismo e pressão dos pares...

Ontem à tarde fui chamada à diretora que, quando não está no cabeleireiro e a pintar um capacete novo da Imelda Marcos, vive num gabinete gélido com dezenas de retratos dela na parede.

O retrato mais notável, um retrato imperdível, é uma fotografia em tamanho real de Sua Majestade, vestida com um deslumbrante terno de seda tailandesa amarelo-abacaxi, espiando graciosamente seu escritório. No chão há um poderoso holofote que ilumina esta cena à noite. O escritório de um louco.

Eu me joguei no sofá de couro bem em frente à mesa dela, que parecia uma mesa de operação porque não mostrava sinais de trabalho. Ela se sentou lá como uma esfinge com seu capacete. Com os lábios franzidos, ela balbuciou:

- senhor. Cor, seu….ssskit, não é bom..
Nada de bom?
- Não apropriado..
Não apropriado?
– Demais… não tailandês…
Quer dizer, não há plantio de arroz suficiente...?
(o sarcasmo sempre a escapa)
– Muito mussss…Bangkok…
E não é suficiente La La Land? (cinismo é um conceito de Marte, planeta que ela nunca visita)

Sua Alteza praticamente não fala inglês, e é por isso que adoro essas conversas e ainda não fui demitido.

Eu peço desculpas..(aceno gentil, seu pescoço estalando ligeiramente)

Saí do escritório. Em setembro ela morrerá. Ela é transferida para outra escola que tentará ajudá-la aos filisteus com a mesma visão de mundo infantil que ela tem.

Eu me pergunto se ela já ouviu falar do Facebook. Dez contra um ela acha que é um creme para o rosto...

Cor Verhoef, 21 de julho de 2010.

Pós-escrito: A diretora se foi há três anos. Agora temos um diretor. Isso é ótimo porque ele nunca está na escola.

2 pensamentos sobre “Coluna: O diretor da escola de la la land…”

  1. LUÍSIA diz para cima

    Olá Kor,

    Estou surpreso que você ainda trabalhe naquela escola. haha.
    E sim, o sarkasmo é algo que não atinge 99% da população tailandesa.
    E então um diretor, que fala inglês fluentemente!!

    Uma peça tão adorável.
    Sempre me lembra várias professoras e uma única professora de antigamente.
    Como está agora, acho abominavelmente ruim nas escolas, inclusive na Holanda, mas costumava haver aqueles ditadores.
    Mas ainda assim, ainda melhor do que como é agora.

    Saudações,
    LUÍSIA

  2. cor verhoef diz para cima

    Olá Louise, gosto muito da minha escola. É claro que esse incidente foi muito mais divertido de descrever do que um perfume de rosa e uma história de luar. Agora estou trabalhando em um Clube de Jornalismo e temos um jornal online de verdade, 'Da Nonsense Times', uma espécie de 'Pin' tailandês, mas mais divertido (haha)

    http://danonsensetimes.wordpress.com/2014/04/16/singapores-secret-songkran/


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