Holanda – Sião, um pedaço da história

Por Joseph Boy
Publicado em Achtergrond, História
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Novembro 21 2018

Por Josh na Wikipedia holandesa, CC BY-SA 3.0

Sião, Ratcha Anachak Thai, ou Muang Thai, -terra do povo livre- é o nome oficial do país que foi ประเทศไทย é chamado. No dia 17e em 18e século, havia um vínculo estreito entre Siam e os Países Baixos e havia boas relações comerciais entre ambos os países.

Tudo começou no dia 7 de novembro de 1601, dia em que dois navios holandeses, o 'Amsterdam' e o 'Gouda' sob o comando de Jacob van Neck, atracaram em Pattani, perto de Songkla, no sul. Naquela época, o lugar estava em dívida com o Sião. Portugueses, chineses e japoneses já ali se tinham estabelecido nessa altura. É claro que a chegada dos navios holandeses não foi propriamente bem recebida por eles.

Fatorij

Apesar desta oposição, os nossos compatriotas celebraram um acordo comercial com a Rainha de Pattani para comprar pimenta, entre outras coisas, em condições favoráveis. Dentro de um ano, uma chamada 'fábrica' foi construída em 1602, onde os comerciantes Pieter Walliechsz van Delff e Daniel van der Lecq se estabeleceram com vários seguidores. Este escritório comercial logo adquiriu um papel significativo e chegou-se a pensar que Pattani poderia ser uma espécie de porta de entrada terrestre para o comércio com a China e o Japão.

Em 1604, o 'Oppercoopman' do VOC Cornelis Specx foi à corte siamesa com presentes valiosos, na esperança de obter importantes vantagens comerciais. O rei siamês também valorizou as boas relações com os holandeses e enviou uma delegação ao então Stadtholder Príncipe Maurício. A legação siamesa, a primeira enviada à Europa, chegou à Holanda no 'Oranje' e foi recebida em audiência pelo Stadtholder em 11 de setembro de 1608.

Laurens Hoddenbagh/Shutterstock.com

Ayutthaya

Chegamos em 1627, quando o rei do Sião concorda com a VOC construir um edifício de pedra em Ayutthaya poderá estabelecer. O comércio floresceu e o chefe da fábrica recebeu do monarca o posto de mandarim, com grandes poderes, "como profissional especial da Companhia Geral". Como havia uma grande escassez de arroz nas Índias, houve interesse em complementá-lo com o Sião. Para confortar o monarca siamês, os holandeses ajudaram-no quando o Sião foi afetado por conflitos “internos ou estrangeiros”.

Em meados do dia 17e século, o aventureiro grego Constaat Phauleon ganhou grande influência sobre o rei do Sião e o colocou contra os holandeses, que rapidamente começaram a ter problemas com isso. Por ordem de Batávia, a VOC deixou a fábrica em Ayutthaya e bloqueou o rio Menam, causando grandes danos ao comércio do rei do Sião. A origem do nome Menam para o maior rio da Tailândia, o Mae nam Chao Phraya, é engraçada. O nome tailandês para rio é Mae nam. Naquela época, os holandeses do entreposto comercial da VOC pensavam que 'Mae Nam' era o nome próprio do rio, razão pela qual até mapas antigos mostram o rio como Mae Nam.

A loucura holandesa

Logo após o bloqueio, o rei enviou uma delegação à Batávia. Se considerarmos a VOC como uma potência ocidental, isto resultou no primeiro tratado que o Sião concluiu com o Ocidente. O comércio holandês-siamês floresceu novamente, mas nunca mais atingiu o tamanho que anteriormente fazia da fábrica de Ayutthaya um “escritório lucrativo”. O pessoal no Sião foi gradualmente reduzido e a Corte Siamesa recusou-se a continuar a conceder aos holandeses o monopólio comercial. Em 1768 a fábrica em Ayutthaya foi fechada.

Tudo isso aconteceu durante a República dos Sete Países Baixos Unidos (1588-1795), um estado que nunca teve mais de dois milhões e meio de habitantes e foi extremamente importante no comércio internacional. A julgar por uma reportagem de jornal de 1934, os restos das ruínas do edifício da fábrica holandesa estavam cobertos de árvores e plantas naquele ano.

Até cerca de 1930, os últimos vestígios do antigo armazém fortificado da empresa 'Amsterdam' ficavam perto da foz do Menam, ou rio Mae nam Chao Phraya, que tinha o nome revelador entre a população local: De Hollandse Dwaasheid.

3 respostas para “Holanda – Sião, um pedaço de história”

  1. Gringo diz para cima

    Bela história sobre o VOC, fui além e na Wikipedia você pode ler muito mais sobre o VOC no Sião/Tailândia. Está tudo bem descrito o que esses comerciantes respeitáveis ​​alcançaram, mas é claro que nem tudo correu tão bem. Os homens não se esquivaram de assassinato, pilhagem, sequestro de navio ou estupro. Os ingleses e os portugueses não eram melhores, era assim naquela época. Na verdade, eu teria gostado de vivenciar isso, como líder dignitário, sim, ha, ha!

  2. Dirk de Norman diz para cima

    A Ásia de hoje é quase impensável sem a enorme influência que os holandeses tiveram através da VOC. (E ainda desperta a inveja dos ingleses!) Além da história da fábrica em Ayutthaya, pode-se pensar também na “Strong” (espécie de fortaleza) em Phuket e, claro, na viagem de Wusthof por volta de 1641 no Mekong, incluindo para Vienciana.
    No século XIX surge a figura de Duyshart, que foi confundido com um inglês pelos franceses, como cartógrafo a serviço do rei do Sião.
    E quem sabe se a principal estação ferroviária de Hualamphong, em Bangkok, foi construída por arquitetos e engenheiros holandeses.

    A propósito, é curioso que muitos exploradores europeus desistam mal dos nativos; estúpido, preguiçoso, não confiável. Outros são bem mais brandos e falam da gentileza do povo, mas a preguiça continua sendo uma constante.
    Na verdade, é uma pena que a nossa educação histórica seja tão pobre que às vezes parece que existe apenas uma mentalidade de “livrar-se de nós”.

  3. francês diz para cima

    Divertido,

    A placa comemorativa foi feita pelo escultor de Groningen, M.Meesters.


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